É comum que muitos operadores do Direito fiquem contaminados com os termos jurídicos excessivamente técnicos que utilizam no dia a dia. São tantas petições, jurisprudência e doutrina com linguajar semelhante que tais expressões se tornam praticamente a sua língua-mãe.
Os termos jurídicos – comumente conhecidos como juridiquês – nem sempre são fáceis de compreender. É uma linguagem extremamente técnica e, não raro, até os próprios profissionais da área chegam, às vezes, a se confundir.
É muito comum, ao longo de nossas vidas profissionais, subestimarmos certas habilidades, acreditando que, por serem habituais, já estariam inseridas naturalmente em nosso dia-a-dia e já não seriam merecedoras de aprimoramento. No mundo jurídico, seja em escritórios ou em departamentos jurídicos de empresas, do estagiário à diretoria jurídica, sempre há pelo menos uma habilidade fundamental em comum: a boa comunicação.
Porque essa habilidade é tão necessária? Em uma relação de dois polos – advogado e cliente –, o diálogo e a transparência são viabilizadores do sucesso de qualquer relação que vise um resultado favorável para ambas as partes envolvidas.
Para o advogado, a transparência e a comunicação, por parte do cliente, permite que os detalhes do caso e suas respectivas necessidades sejam verdadeiramente compreendidas, o que garante a melhor escolha das oportunidades e estratégias. Já para o cliente, a comunicação assertiva elimina o “juridiques”, norteia os melhores caminhos, sana dúvidas sobre os cases mais complexos, sem parecer que o advogado está a se aproveitar do cliente.
Além disso, quando o diálogo é estabelecido em evitar termos jurídicos complexos, é possível erradicar outro grande problema, muitas vezes responsável pelo fracasso das negociações comerciais e acordos judiciais: o mal-entendido. Se o cliente é capaz de entender perfeitamente o resultado que busca naquela relação, então, metas e objetivos claros podem ser traçados com superior facilidade e qualidade.
Nesse contexto, tem-se que o vocabulário técnico-jurídico do direito, quando utilizado, deve ser com cautela, para evitar dúvidas desnecessárias. Não esqueça, porém, que há momentos em que é necessário empregá-los. No entanto, certifique-se de que todos os termos sejam esclarecidos assim que utilizados. Assim, é possível evitar gerar dificuldades na compreensão do conteúdo ou exalar arrogância.
Assim, conclui-se que o diálogo é mais do que a troca de informações – é a troca de significados, é demonstrar que o problema do outro importa, é a empatia.
É esta troca que leva pessoas a se empenharem para estabelecer soluções criativas e sinérgicas, visando sempre o bem comum e o sucesso de todos.
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